Não dou pelos dias. Não faço ideia às quantas ando!
Atravesso fronteiras e pergunto as horas, por vezes o dia da semana, com a sensação de que os dias esticam, são eternos. Por um lado parece que saí de casa há muito tempo e tenho saudades, por outro não me canso de viajar. Sabe-me bem, estou feliz.
Hoje vou visitar Preikestolen, ou Púlpito do Pregador. É uma falésia de 604 metros que se ergue sobre o Fiorde de Lyse em Forsand. Uma grande atracção turística da Noruega. Durante os quatro meses do verão de 2006 cerca de 95.000 pessoas percorreram os 3,8 km de caminhada até o Preikestolen, fazendo dele uma das atracções mais visitadas do país.
Tinha de me levantar às 5 da manhã se quisesse subir e estar a horas de arrumar tudo antes das 11h – não me apetece!
Assim, acabo por deixar o parque, com tudo arrumado e o risco de abandonar as coisas sei lá aonde para subir a montanha durante umas boas horas.
Ah! Há um parque de estacionamento pago! Óptimo, entro, estavam mais umas 5 motos, estaciono ao lado – não deve haver problema! Estamos na Noruega e todos eles deixaram capacetes, botas, ou casacos no chão ou em cima da moto.
Descalço as botas, ponho-as no saco, pelo sim pelo não. Calço uns sapatos todo o terreno, entenda-se os únicos que trouxe, all road – cidade e montanha e, ponho-me a caminho…
Não como desde ontem, não trouxe água comigo nem comida! Que parvo! Mas este não sou eu!
Bem, voltar para trás está fora de questão. Água há em todo o lado, comida paciência… também não chega a 4 Km, quase 8 ida e volta!
Foi uma penitência! Nunca pensei que com o jejum do dia anterior me fosse tão difícil chegar ao topo.
Tiro fotos, tiram-me fotos, tiramos fotos a uns e a outros – todos tiram fotos!
Fico também uma meia hora. Não a descansar mas a absorver toda aquela envolvência.
Começo a descida. Lembro-me que tenho uma caixa de pastilhas na mochila. Têm açúcar, emborco-as todas, sinto-me um bocadinho melhor! Faltavam-me as forças, tropeçava, trocava os pés, fazia piruetas, foi uma sorte não ter caído. A descida ainda foi pior, como de costume!
Chego, finalmente. Procuro por um café, qualquer sítio que venda qualquer coisa – quero açúcar rápido, já não me aguento em pé.
Compro um gelado. Bebo um refrigerante e descanso um pouco antes de me pôr a caminho.
Album de fotos: Noruega.
Que bem que sabe ler as tuas crónicas, a forma como descreves cada local, cada pormenor, faz-nos sentir por momentos que estamos lá contigo sentido as cores, os cheiros e até imaginar cada paisagem.
Muitos bjus Filomena Oitavén
Olá Ricardo,
Só hoje procurei por si, e encontrei.
Deliciei-me com as aventuras – ovelhas feridas, viking que parece um negociante latino , subidas e molhas, paisagens de cortar a respiração, suecas, … – que aventura!!
Vou, agora, estar mais atento; continue a excelente experiência e diversão.
Abraço,
Carlos Almeida
Caro Ricardo
Sigo com particular interesse a sua viagem! Destaco pelo menos alguns parâmetros que ouso comparar e que julgo termos em comum: espírito aventureiro, BMW R1200 GSA e estar a realizar mais de 90% do itinerário que estou a planear fazer em Junho 2013. Já andei de moto pelos países bálticos em 2004 e penso repetir aquando da viagem de 2013. Por tudo isso tenho vindo a acompanhar o seu relato assim com as belíssimas fotos que vai tirando. Como deve concordar comigo é através das viagens dos nossos antecessores que vamos ambientando o nosso espírito à aventura que nos espera. Os seus relatos e fotos são de vital importância para quem os lê e ambiciona a realização deste tipo de viagem. Assim peço-lhe que continue e mantenha o espírito engraçado que vai demonstrando. Julgo que um viajante como o Ricardo decerto irá participar no TRAVEL EVENT em Avis organizado pela Touratech Portugal do Rui Baltazar, com o qual já colaborei em eventos como o Lés-a-lés assim como em motorali turísticos da FMP, se assim for gostaria de pedir-lhe se seria possível trocarmos alguns dedos de conversa sobre esta sua viagem pelo qual ficar-lhe-ia muito grato. Resta desejar continuação de um bom regresso e boas curvas! José Lopes