Arrumo a bagagem. Monto tudo na moto. Começo a pensar que poderia ter deixado parte das coisas em casa, mas este será um assunto de reflexão no fim da viagem.
Olho para o mapa. Gosto de mapas, dão-me a ideia da dimensão, de estradas turísticas, de cotas, de parques naturais, coisa que a madalena por vezes não me dá. O GPS é útil quando definimos um trajecto, quando temos tempo para preparar a viagem com antecedência, quando queremos encontrar uma morada e quando queremos perceber se na rota existe um lago, mas não o vemos…
Traço o trajecto, escolha as estradas sugeridas como panorâmicas, corto caminho pelas secundárias, gosto delas estreitas e esguias, com buracos. Quanto mais curvas mais gosto delas e neste caso selecciono um trajecto pela montanha. Queres ver neve? Vais tê-la!
Destino – Preikestolen!
Um dia de paisagens lindas. Sol por entre as nuvens e céu azul tímido caracterizam as primeiras centenas de km.
Assim que saio de Oslo o relevo acentua-se. Subo e desço a vales. A paisagem é toda verde. Adoro o verde, adoro o Sol – dá-me ânimo!
Quando se sai das cidades as estradas são pouco movimentadas e o pavimento apesar de desgastado pela intempérie tem um atrito fantástico com os pneus. As curvas fazem-se quase em ângulos agudos, quanto mais pequenos maior a sensação!
É uma estrada de montanha. Subo e subo. Subo aos 900m. Eis a neve, à beira da estrada, se quiser posso parar e tocar-lhe, mas não faço, pois está frio e nevoeiro e, sei que vou ter muita nos próximos dias. Temperatura, 10º.
Passo por uma ovelha ferida, à beira da estrada acompanhada por um borrego pequenino. Percebo que estava ferida pois não se moveu e tinha uma mancha de sangue à sua volta. Desgraçada! Algum distraído que não a viu e a atropelou! Tomo ainda mais cuidado, não quero levar este peso na consciência.
Cruzo-me com outros carros. A alguns faço-lhes sinal para irem mais devagar. A estrada dá para um carro e pouco mais…
Vejo uma pick-up, e percebo que deve ser o pastor. Páro, tento explicar-lhe que a uns 10 Km tem uma ovelha ferida. Bolas e agora como se diz ovelha, só me lembrava de cabra! Lá esbocejo um mé-éé-éé, e acho que ele me percebe! Realmente à situações… Boa sorte ovelhinha – penso cá para comigo, o mais certo é ires para a panela… enfim!
As estradas melhoram, mas não o nevoeiro. Apanho um ferry. O meu primeiro de muitos ferry’s pelo que me disseram!
Mas, afinal porque fazer cruzeiros se se vê o mesmo atravessando os fiordes de ferry? Para além de ser muito mais barato!
Mais uns Kms e encontro um camping de suporte aos visitantes do Preikestolen. Fico.
Album de fotos: Noruega.